um dos desafios no processo de escrita e de aprimoramento da própria escrita − seja de quem escreve na profissão que exerce ou de quem tem um projeto artístico e literário −, é que por ser uma arte, digamos assim, "simples nos materiais" (quase todo mundo pode pegar um papel, uma caneta e começar a escrever), a gente tem a impressão de ser também uma arte simples nos processos.

a gente tem a impressão de que vai pegar esse papel, essa caneta − e a nossa melhor escrita vai simplesmente acontecer, vai fluir. quando a gente percebe que não é bem assim, vem a frustração. ué, estou com o papel, estou com a caneta, estou diante da página e não está fluindo, como assim?

a real é que quanto mais simples nos materiais é uma arte, mais ela necessita de espaço e treinamento interno, porque mais ela se aproxima dos sonhos. se a gente não considera o caminho que a escrita faz por dentro para brotar fora, é claro que a gente vai continuar achando que é simples e é claro que a gente vai continuar se frustrando.

por isso, nesse curso, a gente não só vai assumir essa proximidade entre a escrita e os sonhos, a gente vai aprender buscar na proximidade com os sonhos a origem da nossa Voz mais poética, selvagem e singular.